A Coruja no Portão à Meia-Noite
Na pequena cidade de Santa Clara, as noites eram tranquilas, pontuadas apenas pelo som dos grilos e do vento suave nas árvores. No entanto, havia uma lenda que fazia os moradores se encolherem de medo quando a lua cheia iluminava o céu: a lenda da coruja no portão.
Diziam que se uma coruja se empoleirasse no seu portão à meia-noite e você mostrasse os dentes para ela, e ela cantasse três vezes, seria sinal de mau agouro, trazendo má sorte para quem estivesse na casa.
Lucas, um jovem curioso de 16 anos, sempre escutou essa história contada por sua avó, que jurava ter conhecido pessoas que sofreram com o mau agouro após o encontro com a coruja. Ele não acreditava muito, achando que era apenas uma superstição antiga. Mas naquela noite, algo estranho aconteceu.
Era uma noite de verão, e a lua estava cheia e brilhante no céu. Lucas estava voltando para casa após passar a noite jogando videogame na casa de um amigo. Quando se aproximou de sua casa, notou algo diferente no portão: uma coruja grande e imponente estava pousada ali, olhando diretamente para ele com olhos amarelos penetrantes.
Lembrando-se da lenda, Lucas hesitou por um momento, mas sua curiosidade era maior que seu medo. Ele deu um passo à frente e, meio sorrindo, meio nervoso, mostrou os dentes para a coruja.
A coruja não se moveu por um momento, e então soltou um som profundo e ressonante: "Uh-hu! Uh-hu! Uh-hu!" Três vezes, como dizia a lenda.
Um arrepio percorreu a espinha de Lucas. Ele ficou ali, parado, enquanto a coruja voava silenciosamente para longe, desaparecendo na escuridão.
Nos dias seguintes, Lucas começou a sentir que algo estava errado. Pequenas coisas começaram a dar errado: ele perdeu o celular, a nota de uma prova importante foi mais baixa do que o esperado, e uma discussão com um amigo próximo deixou-o chateado.
Sua avó, ao ouvir o que tinha acontecido, ficou alarmada. "Eu te avisei sobre a coruja, Lucas! Você precisa tomar cuidado. Esse tipo de mau agouro não é brincadeira."
Determinada a reverter o azar, a avó de Lucas sugeriu um ritual para afastar a má sorte. Juntos, eles acenderam velas brancas e disseram uma oração especial, pedindo proteção e renovação de boas energias.
Com o passar do tempo, as coisas começaram a melhorar. Lucas encontrou seu celular em um lugar inesperado, suas notas voltaram a subir, e ele conseguiu resolver a discussão com o amigo. Aos poucos, a sensação de mau agouro foi se dissipando.
A experiência com a coruja no portão deixou Lucas mais atento às antigas lendas e tradições de sua cidade. Ele aprendeu a respeitar as histórias que ouvira desde criança, entendendo que mesmo as superstições podem carregar lições importantes.
E, embora continuasse cético, nunca mais subestimou o poder das histórias que circulavam por Santa Clara, especialmente quando a lua cheia iluminava o céu.
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