Vou contar essa história que meu avó contava...
Nos tranquilos anos 70, em um afastado bairro rural chamado Tupi, onde o luar projetava sombras misteriosas entre as árvores altas e antigas. A comunidade vivia em paz, até que algo inexplicável começou a assombrar suas noites serenas.
Ao anoitecer, quando o sol mergulhava abaixo do horizonte e o primeiro brilho da lua surgia, os moradores começaram a perceber algo estranho. Galinheiros eram invadidos, e os cães uivavam incontrolavelmente, como se alertassem para a presença de algo sobrenatural.
As histórias rapidamente se espalharam pelas casas de madeira e fogueiras, alimentando temores que pairavam no ar úmido da noite. Dizia-se que um animal desconhecido, maior do que qualquer lobo ou cachorro, rondava o bairro Tupi, suas pegadas eram grandes.
O temor do lobisomem pairava sobre Tupi como uma sombra persistente. As antigas rotinas noturnas de passeios tranquilos e visitas às vendas à beira da estrada tornaram-se uma memória distante. As risadas e conversas que ecoavam pelas vielas agora eram substituídas por sussurros nervosos e portas trancadas.
Os moradores, antes destemidos, encontraram-se relutantes em desafiar as escuras trilhas de terra após o pôr do sol. As vendas, que costumavam ser o coração pulsante da comunidade noturna, agora tinham suas luzes apagadas mais cedo. A sombra do desconhecido lançou um véu de cautela sobre cada passo, cada risada, cada conversa noturna.
Aqueles que se aventuravam fora de suas casas eram rápidos em seus passos, olhos nervosos olhando para todos os lados. Até mesmo os cães, antes valentes guardiões dos lares, tornaram-se inquietos, captando o aroma do inexplicável nas noites de lua cheia.
As lendas do lobisomem criaram uma teia de mistério que envolveu Tupi. Muitos evitavam até mesmo mencionar o nome da criatura, com medo de invocar sua ira. Os mais idosos recordavam histórias contadas por seus avós, ecoando um passado em que o lobisomem era visto como um guardião da natureza, mas agora, seu papel parecia desviado, transformando-se em uma ameaça temível.
No entanto, mesmo com o medo que pairava, uma centelha de curiosidade permanecia. Alguns, impulsionados por uma coragem inata ou talvez pela necessidade de desafiar o desconhecido, formavam pequenos grupos para patrulhar as noites. Suas lanternas cortavam a escuridão, e seus olhos se mantinham atentos às sombras mutáveis.
Tupi, uma vez um refúgio noturno, tornou-se um terreno de testes entre o receio do lobisomem e a busca por uma explicação. A história do bairro rural, agora entrelaçada com lendas sombrias, aguardava seu desfecho, enquanto a lua cheia continuava a lançar sua luz sobre os mistérios não resolvidos de Tupi. Continua....
Fonte: Rns
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